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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Menino inicia tratamento de mudança de sexo aos 8 anos

Com direito a tratamento à base de hormônios, o menino Thomas Lobel, da Califórnia, está mudando de sexo e vem causando polêmica. Ele, que tem 11 anos e é filho de um casal de lésbicas, iniciou o processo aos 8 anos de idade.

As mães do menino, que agora se chama Tammy, defendem a decisão do garoto, alegando que era melhor iniciar o processo de mudança de sexo já na infância, pois na puberdade tudo seria mais complicado e, nesse período, o número de suicidas com transtorno de identidade é muito maior.

mais... http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2011/10/04/menino-inicia-tratamento-de-mudanca-de-sexo-aos-8-anos.jhtm

Creio que exista sim influência espiritual e é nisso que acredito!
Entretanto não nego a responsabilização desses adultos no desenvolvimento da criança. Essa "CRIANÇA" não tem ainda quereres definidos. Adultos respondem por seus atos enquanto adultos e crianças respondem por seus atos enquanto crianças? Como assim esse casal acha melhor iniciar um tratamento desse antes da adolescência do menino? Se até uma tatuagem provoca transformações físicas emocionais dirá uma cirurgia de mutilação como essa. Deve-se resguardar e integridade física e moral dessa criança.
Como cristã sou contra o homossexualismo não contra as pessoas. Nossa luta não é contra as pessoas, igualmente como minha luta não é contra os usuários de drogas mas contra a ação deles em usar drogas. Cristo amou e ama a todos indiscriminada e indistintamente, nós cristãos amamos e amaremos da mesma forma e aquele que fizer o contrário e disser que é cristão mente descaradamente. A nossa intenção não é o extermínio dos homossexuais, como se tivessem uma doença contagiosa (mesmo porque não tem doença nenhuma), assim como as pessoas que não entendem a nossa ideologia cristã pregam por aí para nos desmoralizar.
Eu não tenho nenhum problema em dizer que sou contra isso que estão intentando para ele e assumo por conta e risco minha posição que não mudará independente do que as pessoas venham a pensar. A minha resposta "negativa" diante das demais e ainda somada ao ingrediente "ser crente" faz com que me chamem homofóbica, entretanto não pensam na sua condição de criança que é o que está em jogo nisso tudo.

domingo, 6 de junho de 2010

Domingo pé de cachimbo.

"Hoje é domingo pé de cachimbo, o cachimbo é de barro bate no jarro, o jarro é fino bate no sino, o sino é de ouro bate no touro, o touro é valente bate na gente, a gente é fraco caí no buraco, o buraco é fundo, acabou-se o mundo(...)" e por aí vai.

Lembro que quando eu era pequena adorava o domingo. Acordava cedinho com o som da TV e vovô Adelino escutando o Globo Rural (escutando porque ele era cego). Dia de ir na feira com a tia Célia: comer pastel, tomar caldo de cana e comprar um anel. Sempre cantavamos essa cançãozinha do touro e que eu nunca entendi o real sentido dela.
Aí eu fui crescendo e o domingo passou a ter outro impacto: domingueira na Sunchine, 1º de Maio e Aramaçan, ía a verdadeira galera aqui do bairro e adjacências, algumas vezes eu fugi ou mentia que ia num lugar para poder ir dançar, como eu fervia!
Cresci mais um pouco e o domingo passou a ser um carma ruim: logo após ele vinha a segunda-feira dia de trabalhar. Minha filha vai passar o dia com a família paterna e eu cá fico com meus pensamentos mais íntimos, na maioria das vezes pensando merda, depressão de domingo. E eu nunca mais fui fã de sair pra baladas aos domingos, quem me conhece sabe que eu odeio sair nesse dia.
Mas hoje foi diferente, quer dizer não tão diferente dos outros domingos afinal dormi o dia inteiro mas teve um diferencial, enquanto eu dormia pensava (se é que isso é imaginável a alguém dormir e pensar ao mesmo tempo) que eu devo sair da inércia e do sedentarismo, senão no domingo nos demais dias da semana.
Pensei em começar um regime, não que eu tenha a pretensão de virar a Barbie afro-descendente mas ao menos voltar a ter meus 57kg novamente, parar de me entupir de chocolates e tantas outras besterias e segurar a ansiedade, se necessário voltar até a fazer sessões de terapia. Com a ajuda de uma academia movimentar um pouco o corpo pra ajudar na perca de alguns quilogramas e quicá comprar uma bicicleta e pedalar nas tardes de domingo e até reduzir a nicotina.
"Tamo aí na atividade" esse será meu novo lema.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

frases da vovó Zezé...


"É Bebé, mamar na vaca se num qué né!?"

"Mais amor e menos confiança!"


Me peguei reproduzindo estas frases para a Elisa agora, lembrei que minha avó me dizia essas frases quando eu estava querendo agarrá-la e beijá-la ou quando achava que eu estava tentando engambelá-la.
Minha avó! Durante a sua vida gerou 10 filhos, criou 5 filhos dos que viveram, 1 sobrinho e 2 netas das quais uma era eu. Mulher guerreira, alicerce da casa, autêntica nas palavras, autonôma em suas ações, incapaz de fazer mal a alguém, fervorosa era sua fé. Escrevia poesia e cheirava a lavanda. Costurava, bordava e crochetava. Gostava de chupar laranja-lima, fazer doces de compota como boa mineira e seus pásteis eram divinos. Fala mansa, quando brava a voz sumia, sotaque fino, alta e magra, pele despigmentada, cabelos lisos bem lisos, presos numa trança que virava um coque, lisos provenientes de sua herança indígena. Sono leve acordava com qualquer barulho, no entanto, gostava de acordar tarde. Cantava músicas do Noel Rosa e sempre me tirava pra dançar. Nunca me batia e quando ia receber o benéficio mensal do meu avó Adelino (deficiente visual) me levava sempre com ela, me dava sempre um dinheirinho e comíamos pão-de-queijo na Praça do Carmo, compravamos biscoitos de polvilho e balas dadinho. Me chamava de "Benzoca da Vovó". Deixava bilhetes dizendo que me amava e falando sobre a palavra de Deus espalhados por lugares que sabia que eu acharia. Me levava para a natação no Del' Antônia, ela mostrava a carteirinha para o motorista do ônibus e eu adorava descer pela porta da frente, sentia-me superior aos outros passageiros. Fazia batata-frita para o almoço mas só começava a fritá-las quando me via da janela da cozinha descer a rua da escola devolta pra casa. Pra adoçar minha pequena vida de criança criada pela avó comprava melzinho na farmácia e me dava um por dia, quando não, me fazia balas de acúçar caramelado pingadas na água.
Viveu até 80 anos. Infelizmente foi morar em outro plano astral meses antes de eu ficar gestante, o que me deixou triste por não ter conhecido a bisneta, tenho quase certeza que cuidaria dela como cuidou de mim.

PS: sempre me perguntei quem teria sido o Bebé (?) o cara que não quis mamar na vaca.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Como dar o que nunca se teve?

Minha tia entrou no meu quarto e começou a puxar conversa. Ela é Psicologa. Falou sobre um cliente que está atendendo e que tem dúvidas se o adolescente está com um começo muito leve de esquizofrênia ou se o problema dele pode ser espiritual, conversamos um pouco sobre isso. Depois a conversa se inverteu para a minha filha Elisa, ela sempre muito preocupada com minha relação com minha filha, pelo simples fato de nos amar. Chamou-me a atenção para as minhas estadas com ela, que não seja quantidade mas que seja qualidade. Eu a entendo mas não é fácil pra ninguém nem pra mim nem para a criança. Disse também para eu me policiar quanto a reproduzir as coisas que minha mãe fez, prestar atenção no relacionamento que tive e continuo tendo com minha mãe. Realmente, meu relacionamento com minha mãe é muito ruim, falta perdão dos dois lados, mas estou trabalhando para que isso aconteça, porque quando eu a perdoar quero perdoá-la com o coração e não só com palavras lançadas a esmo.

Minha mãe nunca teve muito tempo e paciência para o emocional, supria o emocional com o material, o tempo hábil dela era usado para trabalhar. Sempre foi uma mãe ausente, tanto que hoje em dia, sou muito grata a tudo que fez por mim, sei que ela me ama, mas não a tenho como uma amiga, ela é minha mãe apenas pelo título que lhe é de direito por ter dado a luz mas mãe mesmo são outras pessoas na minha vida. É triste, odeio ter que falar isso mas é o que eu sinto. Não que ela não seja uma pessoa boa, é sim, e possui muitas qualidades, uma delas é o esforço, é uma guerreira por tudo que já passou na vida. Não que também não tenha feito nada por mim nesses quase trinta anos da minha existência, sim ela fez, seu único pecado foi a ausência emocional, o que pode ter causado alguns distúrbios psiquícos em mim, mas sim ela me ama e muitas vezes acredito eu, daria a vida por mim se pudesse.

Logo depois que eu nasci minha mãe teve uma infecção e precisou tomar uma medicação, por isso não pode me amamentar senão eu ficaria dopada, quem me deu de mamar durante um tempo determinado foi uma vizinha, eu repartia o leite quentinho daqueles seios fartos com a dona deles de fato: minha irmã de leite e amiga até hoje, Regiane, estabelecemos uma relação de amizade para a vida inteira.

Fui criada desde os dois meses de vida pela minha avó porque minha mãe precisava trabalhar e me "dar coisas". Nunca dar "sentimentos" sempre "coisas" (sempre tive tudo que quis, posso me adjetivar de mimada, reconheço e também sofro com isso, estou tentando trabalhar isso em mim já há alguns anos e acho que já melhorei muito) mas também não posso culpá-la por isso, como alguém pode dar o que nunca teve? Meus avós tiveram 10 filhos - 5 morreram - e minha mãe é a do meio, aquela que sempre sofre mais, como diz a lenda, a que tem menos atenção, que os irmãos batem tale e coisa coisa e tale. Minha avó me contava vários "causos" e dizia que meu avó não tinha muita paciência com minha mãe que era rebelde desde criança, xingava, batia nas outras crianças e não gostava de estudar. Foi exatamente isso que ela passou pra mim. Ela nunca teve o carinho necessário para poder me dar o carinho necessário, então apenas reconstruiu/projetou o que viveu em sua época.

Dessa maneira, eu devo estar sempre me policiando para não repetir a mesma história, é complicado. A gente sempre acaba repetindo o exemplo, mas na falta dela que não soube dar o emocional, meus avós e meus tios que fizeram por ela - com emocional e com coisas também - tanto que fui obrigada a fazer terapia por excesso de amor e não por falta dele e é em cima disso que tenho que me pautar, pensar que na falta da minha mãe tive outras pessoas para fazer, eu tenho sim o que dar para minha filha uma vez que recebi muito amor, carinho e cuidados.

Logicamente também tenho falta da figura materna, assim como a figura paterna porque meu pai como grande "ser iluminado" que é, sumiu quando minha mãe disse que estava grávida, eu não o conheço. Quer dizer, veja como a vida da minha mãe não foi fácil, eu sei que não foi e isso é um fator que há de ser considerado; fora outras situações que aconteceram e que não acho relevante colocá-las aqui mas que tiveram grande influência em sua vida. Hoje em dia o caminho que ela encontrou para se livrar da dor foi a igreja Congregação Cristã no Brasil a qual ela é adepta. Eu lembro da minha mãe muito bonita, vaidosa, toda arrumada para ir ao Baile do Palmeiras e hoje a olho quase não reconheço.


Camilla, Filha única de mãe solteira.