Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um livro mais ou menos, uma música mais ou menos, uma pessoa mais ou menos. Tudo perca de tempo. Odeio quando dizem que algo é legal, o que significa ser legal? Não! eu gosto que digam é ótimo, é belo, é maravilhoso, é magnífico ou é ruim, é péssimo, é horroroso, é patético, aí sim tem valor. Ser legal é ser mais ou menos e assim não me serve.
Viver tem que ser pertubador, tem que mexer com o sistema nervoso. Entre risos, choros e desabores, a vida só é vida se vivida com intensidade de sentimentos, emoções e sentidos. Deixe aflorar, expurgue quando precisar, mas use de sinceridade com você e com seus sentimentos. Só dessa forma nos sentiremos vivos.
Fale! não sinta medo nem vergonha, desabafe diga o que te perturba ou te faz alegre. Grite! se assim se fizer necessário, derrame lágrimas, dê boas risadas, alimente-se com as pequenezas que a vida nos proporciona, uma boa música, um bom livro, uma boa comida, boas companhias, boas conversas, boas risadas, uma paixão ou um grande amor, sinta saudade, faça um elogio à alguém querido, contemple uma paisagem, aquele vazinho de flor que você cuida com tanto esmêro, o passarinho que pousa em sua janela, tudo é válido.
Em todo mal existe um bem maior basta ter o olhar aguçado para perceber...
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia, não há de fazer parte da sua história.
Imagem poética: Paulo Leminski
Texto: Camilla F. Dias
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