Pensamento longe... estava vendo TV, canal aberto, hora da novela das nove horário nobre, não estava nem prestando atenção, odeio novela mas é o momento convivência familiar uma vez que o restante da família curte, já era mais de dez horas da noite e pow! Cadê a luz?
Abri a porta da cozinha, breu total.
O impressionante é que as luzes falharam, o PC caiu a conexão mas a TV continuou a funcionar ainda alguns minutos o que me deu oportunidade de ver os primeiros prenúncios de que um apagão geral aconteceu no Brasil. Nem me detive por medo, assim calma, fumei um cigarro.
Na hora do apagão, esse de ontem que gerou e rendeu debate hoje durante todo o dia nas manchetes de jornal, noticiários de TV, burburinhos e piadinhas nos pontos de ônibus e salas de espera, eu comecei a ler um novo livro a luz de velas (porque eu como uma boa macumbeira que sou sempre tenho velas em casa).
O livro é aquele "Negras Raízes" de Alex Haley que relata a sua genealogia, suas raízes negras, os costumes e a trajetória de seus antepassados saídos da África até quando chegam a América do Norte através do tráfico de escravos. Eu já havia começado a ler este livro um dia mas desisti quando vi que um amigo se transformou depois de tê-lo feito, radicalizou geral na maneira de ser e pensar enquanto negro, fiquei receosa, preferi esperar um melhor momento para realizar a leitura.
Após ler as primeiras 45 páginas do livro, adormeci. Aqui não estava tão calor como nos outros dias, menos mal. São Paulo estava embalado por um ventinho frio e perigando cair uma chuva fina, dormi de cobertor.
4 comentários:
Acho que vc vai gostar muito do “Roots”. Quando militei no “Palmares” no começo dos anos 80, havia uma tendência forte em tentar reproduzir aqui o mesmo discurso autoafirmativo dos negros americanos. Quando li o livro do Haley, caiu a ficha e saquei as principais diferenças do que acontecia lá (linchamentos, ausência de uma escala cromática de pele que confunde a própria identidade, discriminação institucional nos estados do sul) e do problema que rola aqui. Quando tentei argumentar no Palmares que o discurso “fight the Power” tinha peso apenas lá porque ao contrário daqui, havia líderes bem articulados e carismáticos como Malcom X e Luther King para sustentá-lo, homens que usavam uma poderosa máquina religiosa influente entre negros para servir de mídia entre uma polução e sua identificação, fui mal interpretado pelos colegas e me afastei. Há uns oito anos atrás comprei outro livro que me fez entender muito melhor como as coisas aconteceram por aqui e suas implicações hoje:
A Vida dos Escravos no Rio de Janeiro – 1808/1850, de Mary C. Karasch (tradução de Pedro Maia Soares)Companhia das Letras;
Não sei se vc já leu. Se não, aproveito pra recomendandar.
Estou lendo Budapeste, do Chico Buarque. Estou no começo, mas estou gostando. rs
Aceito o que você está lendo como recomendação. E quando o meu estiver pronto, te recomendo também. rs
Eu estava do teu lado na hora do apagão: No Rio de Janeiro. rs
E aqui não tinha brisa, não. rs
Ah, tem um livro que eu acho que você gostaria: Seara Vermelha, do Jorge Amado. Bom livro.
Beijos.
Bom desculpa não estou acostumada
com essas coisas de blog, rsrsrsr!!!!
Então eu estava saindo da faculdade na hora do apagão e fui pra casa os carros estavam enlouquecidos nos faroes apagados, e eu la em cima da moto frenética do Daniel. cheguei em casa e descuti sobre " mulheres, mães desempregadas; contradição de uma condição social" a luz de velas...
eu não li esse ainda não Gil mas posso ler com prazer pois esse assunto muito me interessa...
quanto ao Budapeste eu já li e também vi o filme, ambos ótimos mas os livros sempre são mais detalhados... o do Jorge ainda não tive a oportunidade...
enfim... obrigada por todas as indicações. amo! amo livros, amo ler, amo as boas indicações!
PS: e vc Lú está me saindo uma boa comentarista de blogs e criadora de debates atuais pelo mundo, o debate nunca se esgota quando se trata de temas como esses que vc colocou em pauta para discussão.
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