apenas eu.

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"Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm." (1 Coríntios 10:23a)

transeuntes.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Traçando um panorama da situação.

O telefone tocou, ela entreabiu os olhos e atendeu, perguntou as horas para a pessoa ao outro lado da linha, 2 da tarde. Foi quando constatou que ontem dormirá já passavam das 5 da manhã. Desligou o telefone após falar algumas palavras ainda com a voz meio sonolenta, recobriu a cabeça com o cobertor e pensou "cá estou eu novamente trocando o dia pela noite".
Ela sabe que seu organismo se acostuma bem ao ritmo de seu cotidiano e como há alguns meses esse cotidiano não lhe é muito ritimado, acostumou a ler até muito tarde da noite e acordar tarde do dia.
Sente-se sufocada dentro da sua casa de dois cômodos e meio, ainda se vê em meio a construção do restante da casa que não acabará ainda. Os dias e as horas são meticulosamente rápidos a passar por entre lembranças recentes de episódios antigos que lhe tiram a calma. A busca módica por cuidar da sua saúde mental, física e espiritual não sessa. Falta-lhe uma paixão, falta-lhe um trabalho, falta-lhe dinheiro, falta-lhe sentir-se últil denovo.
Existe uma certa aridez em sua vida, é como se visse perdida num deserto, andando andando e não encontrando nada. Sonhos ela os tem de monte, e sempre procura seus significados no livro de sonhos, eles chegam a ser miragens da realidade que está vivendo. Já pensou também em azar, porque não? Existem pessoas com sorte demais outras com azar demais, porque não poderia estar na segunda parcela de pessoas.
Nesse momento apenas um meneio com a cabeça, o sangue fervilhando, seu coração bate com premência, as mãos suando, ela é impelida por uma leve tontura, insiste para livrar-se dos pensamentos mas os malditos não vão embora, estão de fato a permear sua vida.
Levanta-se desliza a mão sobre o lençol da cama na intenção de deixá-lo ao menos esticado, toma um copo de suco de uva e pensa que poderia ser uma taça de vinho. Se joga na cama novamente como pessoa frívola que se sente. Os olhos parecem pesados, fadiga. Esgotada, vulnerável, exausta pelo esforço de ter-se entregue por inteiro em tudo que fez até hoje ela adormece novamente.
Isso tudo pode ser a evitação dos fatos, uma possível fuga. O fato é que ela ainda não desistiu, apenas vive um momento arbitrário aos seus desejos. A ansiedade, euforia e inquietude que traz dentro de si são provas de que ela quer sair triunfante desse limbo que a assola e em nenhum momento que seja quer ela ser subjugada parasita ou em estado vegetativo. A vida apenas está lhe testando com algumas adversidades. Esperemos por dias melhores.

9 comentários:

GIL ROSZA disse...

Escrever não é tão difícil, mas estabelecer uma narrativa saborosa capaz de prender o olhar do leitor até o fim, é. O que eu acabei de ler aqui é produto de uma mão literária firme e talentosa. Simplesmente duka!

:: Soul Sista :: disse...

Esperemos por dias melhores! Com certeza! Quase que isso foi o resumo do meu dia. IMPRESSIONANTE! rsrsrsrss

Forte abraços

Camilla Dias Domingues disse...

que lisonja negros!

Ana Célia Cruz disse...

Sou pouco poética, infelizmente... mas o concurso pra Préfritura de Mauá está aberto, se inscreve vai! Também fiz um comentário no outro post da galinha. Vê lá! Bjão!

Camilla Dias Domingues disse...

bem se vê uma luz no fim do túnel ainda...

Thaissa Costa disse...

Acho que sorte é interessante, porém acredito em buscar por ela. Não se entregar jamais! E o Gil tem razão: texto muito bom! Um talento não pode ser desperdiçado. Olha uma boa dica aí...beijos

ni disse...

troco palavras por um abraço...

quiz brisas. disse...

por isso que é nossa amiga!

beijos.

Camilla Dias Domingues disse...

Ô Dona Célia, já me inscrevi para o concurso sim, estou aqui quase pirando de tanto ler legislações mas o conteúdo não está difícl não, agora é estudar até o fim, relaxar um dia antes da prova, realizá-la e esperar o resultado. Boa sorte pra mim!

PS: vou ver o comentário no post da galinha! rs!

Ni... adoraria seu abraço, vc sabe que eu adoraria! e não some de mim e nem do blog, vc me faz pensar...