O pan-africanismo é a teoria e a prática da unidade essencial do mundo africano. Não há nenhuma conotação racista nessa unidade. Ela se baseia, não em critérios superficiais de cor mas
na comunidade dos fatos históricos, na comunidade da herança cultural e na identidade de destino em face do capitalismo, do imperialismo e do coronialismo. O emblema da cor é um elemento estático só quando superficialmente considerado; se vê muito mais profundamente como um fato histórico, visto da perpectiva da nossa história onde aconteceu uma ruptura trágica - a dos comerciantes de carne; a guarda-avançada do imperialismo.²
na comunidade dos fatos históricos, na comunidade da herança cultural e na identidade de destino em face do capitalismo, do imperialismo e do coronialismo. O emblema da cor é um elemento estático só quando superficialmente considerado; se vê muito mais profundamente como um fato histórico, visto da perpectiva da nossa história onde aconteceu uma ruptura trágica - a dos comerciantes de carne; a guarda-avançada do imperialismo.²
O pan-africanismo reivindica a unificação do continente africano, e a aliança concreta e progressista com uma diáspora unida. Nem toda a diáspora, incidentalmente, se formou durante o tráfico escravista mercantil. Populações asiáticas como a dravidiana (da Índia) e os aborígenes australianos são originalmente africanas, tendo emigrado do continente a milhares de anos. Na América, a evidência da presença africana pré-colombiana mostra que os negros chegram muitos séculos antes dos europeus, como navegadores, comerciantes e exploradores de antiguidade.² A emigração caribenha e africana à Europa nas últimas décadas criou uma nova diáspora negra.
Há uma tendência errônea de ver o pan-africanismo como uma palavra de ordem para a volta em massa dos povos da diáspora à África. Ainda que algumas das suas primeiras manifestações se tenham articulado dessa forma, hoje se compreende que o pan-africanismo significa a luta para a libertação dos povos africanos em todos os lugares onde se encontrarem, Marcus Garvey teve como lema político principal a frase "A África para os africanos, na própria pátria e no exterior". Isto claramente indica a preocupação com os africanos fora da do continente. O slogan da "volta à África" tinha um alvo simbólico espiritual. Garvey compreendeu também que uma África unida era necessária como base para a força política do mundo africano como um todo."
"Pan-africanismo na América do Sul
Emergência de uma rebelião negra"
páginas 73, 74
3 comentários:
adorei ter lido este texto.
bjs.
saudades de nossas conversas
Saudades de seu cantinho aqui.
Um tempo afastada e
Opa, Pan-africanismo.
Opa, Sékou Touré.
Horóscopo e tudo. rs
Nós, que lutamos pela causa dos irmãos, batemos na tecla pan-africanista o tempo todo. Dentro do movimento negro há quem discorde de Garvey.
Discordando ou não, quando falamos em resgatar a identidade negra estamos nos referindo às origens afro, ou seja, um retorno. Faço essa relação, mas nem sei se Garvey concordaria comigo. rs
Beijokas
então... aí que está a questão, se ele estava certo ou não, é uma outra discussão, só quis ilustrar colocando esse texto para chamar atenção do que foi a idéia do pan-africanismo nos primórdios... com certeza não seria aplicado como foi pensado há décadas atrás, mas há de ser plenamente relevante.
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