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"Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm." (1 Coríntios 10:23a)

transeuntes.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sonho bom.

Ontem sonhei com a Vó Zezé. Eu abria a porta da cozinha e via descendo a escada de madeira em frente a porta, hora estavámos na casa velha hora na casa de agora. Ela descia a escada devagar, um pé após o outro sempre ficando com os dois pés em cada degrau. No sonho ela me dizia enquanto caminhava ao meu encontro:
- Sua Tia Ivanir me disse que você estava com saudade de mim! Eu vim te ver!
E adentrava a cozinha, sorrindo. Eu fiquei estupefada nem consegui dizer palavra nem mesmo me movimentar tamanha era a emoção, fiquei a fitá-la passando por mim.
Minha casa continua em construção e logo escutei a voz do pedreiro que me acordou. Droga! Um sonho tão bom e não deu tempo nem de abraçá-la, ter qualquer reação ou perguntar-lhe algo! Desde que foi para outro plano astral poucas foram as vezes que sonhei com ela, acho que dá pra contar nos dedos. Há tempos que não via minha avózinha tão nitidamente, senão em fotos: vestida com um casaquinho salmon e saia clara até os joelhos. As pernas estavam curadas e não mais existiam aquelas feridas causadas pelas varizes que tanto fizeram-na sofrer durante anos, semblante sereno, ela vinha descalço, cabelos curtos, continuavam grisalhos mas a sua face dava a singela impressão de estar rejuvenecida.
A noite perguntei a Tia Ivanir e depois a Tia Célia qual a roupa que a Vó Zezé tinha sido enterrada, só para ter certeza de que ela viera de fato me fazer uma visita (e indiretamente dizer que eu me acalme), pois, não me recordava da sua vestimenta e elas me responderam ser exatamente a mesma roupa do meu sonho.
Acordei brava pela voz do bendito pedreiro ser tão alta, ele ser tão incoveniente e por ter acabado com meu sonho mas em contrapartida tão, tão feliz por tê-la visto, o coração meio apertado de saudade, os olhos lacrimejaram mas não chorei para que ela não se sentisse triste, afinal lhe deram permissão para viajar até aqui e ela veio com alegria. De tudo e por tudo, sei que existem espíritos bons ao meu lado. Sinto muitas saudades.

Fazenda - Milton Nascimento
Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer
Era tão normal que o tempo parava
E a meninada respirava o vento
Até vir a noite e os velhos falavam coisas dessa vida
Eu era criança, hoje é você, e no amanhã, nós
Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer
Era tão normal que o tempo parava
Tinha sabiá, tinha laranjeira, tinha manga rosa
Tinha o sol da manhã
E na despedida,
Tios na varanda, jipe na estrada
E o coração lá

5 comentários:

Comunicação e Arte disse...

Camila é um prazer tê-la em meu blog, seja bem vida.

Bjo.

Camila Cândido

:: Soul Sista :: disse...

Lindo, Camilla, lindo! Que bom que sua vó te visitou.
Nossos espíritos ancestrais estão ao nosso lado, ajudando-nos nos momentos difíceis. Tenho plena certeza disso.
Pense assim: se não fosse o pedreiro, talvez seria outro barulho ou você mesma assustada acordando. Era pra ser assim. Esse contato rápido, porque é um contato profundo.
Eu, daqui, nasci pra ser velha. Nossa! Sempre sonhei em ser o conforto pros meus que virão!

Um fortíssimo abraço, Fabiana.

Unknown disse...

Camila o coração quando se separa de um ente querido, as vezes bate tão forte que extremece o corpo é a saudade que chega fazendo doer a alma daqueles que ficam, mas não existe separação quando se quer bem, e é claro que vocês estão unidas pelo sentimento, creio que sua avó continua tendo os mesmos cuidados que tinha com você antes, e não duvide que é a saudade fazendo doer o espirito daquele que parte.

Paulo Sergio Paz disse...

É tão bom sonhar com alguem que agente senti saudades, principalmente quando este alguem ja se foi, dar um felicidade que ate parece que a pessoa esta presente.
um abraco.

quiz brisas. disse...

os espíritos bons estaram sempre conosco, somos ligados através das muitas vidas que passamos e faz todo sentido tê-los por perto.