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"Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm." (1 Coríntios 10:23a)

transeuntes.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Passeio à Cubatão - SP.


Logo que cheguei fui convidada por um motorista muito simpático a ir para praia e eu apenas sorri, meu destino era outro. Antes do ônibus arrancar ele piscou os faróis para mim e acenou com as mãos como quem me desejava boa sorte e um bom dia. Esperei durante exata 1 hora e 45 minutos, meu portão de embarque era o número 7 e durante esse tempo dei uma volta pela rodoviária, comprei um livro do Nietzsche desses de coleção de bolso (A Genealogia da Moral) e li a metade das 172 páginas. Nesse interim também pensei na minha vida, na minha família, no meu atual trabalho e na minha desmotivação, pensei nessas propostas de trabalhos futuros e na medida que os ônibus chegavam e saíam, embarcando e desembarcando passageiros com destinos diferentes, senti uma certa inveja dos que embarcavam para a dita "cidade maravilhosa" e pensei na viagem que a tempos planejo fazer e não somente na viagem mas na pessoa interessante que pretendo conhecer ao vivo ultrapassando a fronteira do mundo virtual que bem ou mal todos nós nos encontramos enleados.
Um mocinho de no máximo19 anos me olhava fixamente e sorria com o canto da boca, só não soube distinguir se ele me paquerava ou estava no mínimo me achando engraçada ou quem sabe estranha por conta de meus óculos de sol grandes.
O ônibus chegou atrasado e a essa altura eu já estava impaciente lendo, com os fones de ouvido na orelha, pensando na vida e invejando as pessoas. Fumar? apenas dois cigarros (maldita lei ante tabaco!). Segui viagem, trajeto de 1 hora e 25 minutos. Tirei várias fotos. Cheguei em Cubatão às 10h05 cedo demais para o meu compromisso marcado às 11h30. Os guardas da rodoviária atenciosos como cidadãos de cidade pequena me ensinaram um caminho a pé, não compensava pegar um ônibus; fui andando, observando e tirando fotos da pequena cidade industrial e quase litorânea, cercada pela mata atlântica, com aproximadamente 100 mil habitantes a qual eu nunca tinha ído. Logo, próximo ao prédio que eu teria de ir encontrei um parque municipal e entrei, Parque Anilinas que hoje completa 30 anos de existência. Gostei muito do que vi: verde, muito verde, coisa que não se vê mais em lugar algum, muito menos na minha cidade e mais fotos.
No parque algumas atividades para a população mas segundo a Sra. Elenice de mais ou menos 47 anos, contadora de histórias que trabalha lá, a população precisa de coisas novas e a antiga gestão municipal não destinava muita atenção e verba para o parque e essa nova gestão estagnou de vez. Senti em sua voz que ela se orgulha do seu trabalho e quis mostrar isso para mim me apresentando de maneira muito acolhedora o espaço que trabalha mas também há uma decepção bastante grande, contradições. Ela estava indignada por hoje ser aniversário do parque e não haver nenhum evento.
Dentro do parque tem uma escola de música, lindo demais! Tem uma pista de skate, um mini-museu deteriorado, uma casa da poesia fechada, uma maria-fumaça, muitas árvores, quadras para esportes e um Cristo Redentor em miniatura (fala sério!). Sra. Elenice disse que no parque já existiu um zoológico e que vinham pessoas de todas as partes para visitar o parque e hoje não mais.
Deu minha hora e lá fui eu para o meu compromisso: entrevista de trabalho. A proposta do projeto é interessante, o salário satisfatório mas o trabalho em si é cansativo e exige muito mais que intelecto mas o físico também. Não me pergunte como foi a entrevista. Foi normal, eu acho! Vai saber o que aquela mulher achou e ficou pensando sobre mim. Nunca sei como me saío nas entrevistas, eles nunca dizem nada, parecem querer fazer suspense ou nos matar de curiosidade e a última fala é sempre "nós entramos em contato". Agora devo aguardar.
Na volta, comi algo numa padaria e fui para a rodoviária, o ônibus saíria só em 1 hora. Esperei. Conversei com um senhorzinho que fez uma observação coerente querendo puxar conversa comigo, a problemática era: como pode uma pessoa perder o ônibus estando dentro da rodoviária? Eu ri. É verdade pode acontecer. Falamos também sobre política e ele como qualquer outro cidadão brasileiro só me disse frases indignadas com o contexto atual. Enfim o ônibus chegou e eu vim embora, devolta para o meu aconchego, dormi durante a viagem toda e se não acontecer de eu ir trabalhar na cidade, valeu o passeio à Cubatão.

Fotos: Serra do Mar, by eu mesmo.


Fotos da entrevista-passeio:

4 comentários:

:: Soul Sista :: disse...

Pelo que vi, mais do que conhecer Cubatão, valeu pela viagem que você fez de você com você mesma... Deu para entender? rsrsrsrsrsrsrss Ultimamente, nem eu tenho me entendido, enfim...
Gostei do texto!
Forte abraço!

Carol disse...

Viajar independente da ocasião é sempre bom...pra mim sempre rende boas reflexões tambem...rs
pena q nao deu pra pegar um marzinho...
ah o mar....q saudade !
bj

Camilla Dias Domingues disse...

e quanto à minha viagem foi uma pena mesmo, faltou o mar, grandioso mar! tô precisando pra renovar as energias... mas logo arrumo um tempo hábil e uma graninha extra e passo dias na companhia do mar! rs!

Camilla Dias Domingues disse...

ainda farei a tal viagem que almejo, posso até conhecer a pessoa dita especial que mencionei mas agora com menos expectativas...
enfim, instabilidades de Camilla.